Lembrei-me de um fato da infância que se não fosse trágico seria engraçado.
Eu e minha irmã, morávamos em um sobrado com a minha mãe, que passava a maior parte do tempo fora de casa trabalhando.
Por conta disso eu e minha irmã aproveitávamos para levar todos os animais carentes que víamos na rua para casa, pensávamos...Ah só mais um!
Por lá se passou de tudo, cachorros e gatos (muitos nem sei dizer quantos), hamster, preá, coelho, uma festa.
E não raro davam cria e minha mãe ficava doida com a gente, não tinha nem para nós direito quem diria para aquela bicharada.
Mas eram nossos amigos, eles dormiam todos juntos, não brigavam, cuidavam de nós e tinham um certo pavor da minha mãe, que além de brava (brava com vontade) ela nos finais de semana dava banho em toda aquela bicharada.
Com o tempo ela foi se acostumando com todos eles, mas era obrigação de cuidar deles era minha e da minha irmã durante a semana.
Exceto um casal de periquitos, esses eram os xodós da minha mãe, para eles ela cuidava, trocava gaiola, conversava, um mimo só.
O macho era azul e se eu não me engano chamava-se Facão e a fêmea era branca e chamava-se Princesa, (criança sempre tem mania de colocar nome em tudo quanto é bicho).
Tudo ia muito bem, até que um belo dia... eu e minha irmã acordamos e sobre a gaiola, lá estava ele um periquito verde, bem gordinho, folgado e calmo, bem em cima da gaiola.
Claro que a pessoa aqui foi lá pra ver de perto, ele realmente era muito calmo. Aí eu pessoa mega inteligente pensei, vou colocá-lo dentro da gaiola, minha irmã mais consciente falou, não sei não, talvez não seja uma boa idéia.
Ai pensei, quem sabe minha mãe não ficaria mais dócil, ela gosta tanto de 2? 3 então ela ficará alucinada de alegria.
Peguei o bicho e claro coloquei dentro da gaiola.
Fomos para a escola e na volta, descobrimos que claro o negócio não tinha dado muito certo, dois machos e uma fêmea na gaiola já viu né?
O gorducho deu uma surra no Falcão que acabou morrendo, na hora nem tive tempo de sentir remorso ou pena do bicho, pensei... To morta! Minha mãe vai me matar!
Até tentei colocar o bicho lá encostado na gaiola para ver se minha mãe não perceberia (santa ingenuidade).
Não me lembro se nós soltamos ou não o verdinho, mas lembro que acabei contando a verdade para minha mãe, que depois de cuidar do velório do azulzinho, chamou, explicou que não se poderia ter feito aquilo pois o outro periquito estava acostumado a viver livre e isso nunca daria certo.
Ela realmente ficou chateada no dia, mas acho que essa foi uma das poucas travessuras que cometi e não apanhei.
Realmente, dentro de um relacionamento, 1 é pouco, 2 é bom mas 3... é demais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário