domingo, 15 de março de 2015

Desacelere, tire mais fotos!


Sempre fui acelerada, desde pequena.
Espoleta por origem e ligeira por conta da vida.
Depois que meus pais se separaram eu, minha irmã e minha mãe, fomos morar em um prédio na periferia e lá meus amigos ou se era ligeiro ou sabe-se lá o que acontecia.
Quando eu tinha uns 11 ou 12 anos, as coisas ficaram apertadas em casa e minha mãe decidiu que seria melhor que eu fosse morar com o meu pai, o que não deu certo claro, pensávamos muito diferentes e morar com ele e a família dele era difícil para os dois lados.
Bem nova decidi sair de casa, na época eu já trabalhava e estudava.
É verdade que naquela época o salário não dava para nada, mas também é verdade que com 15 anos era mais fácil se alugar um quarto e cozinha para morar em São Paulo.
As coisas eram menos perigosas.
O fato é que eu estava sempre acelerada, só o dinheiro do trabalho não dava e muitas vezes tinha que se fazer um bico aqui outro ali,  por conta disso deixei muitas coisas boas passarem e talvez muitas oportunidades.
Com 21 anos tive meu primeiro filho, financeiramente as coisas eram mais difíceis naquela época e os patrões ah os patrões, não tinha as molezas que existem hoje em dia não, sem contar o fofo do cartão de ponto.
Tinha horário e pronto e acabou, faziam a maior cara feia quando tínhamos consultas e claro sendo mais experientes do que nós, trabalhávamos dobrado.
Quando comecei a trabalhar, isso antes de sair da casa do meu pai eu dava aulas em uma escolinha perto de casa, no entanto mesmo gostando muito percebi que não poderia me dedicar para esses estudos, professor hoje em dia ganha muito mal, imaginem naquela época?
Acabei caindo para a área de vendas de produtos de TI, tive muitos chefes malas, como li em uma reportagem recentemente, mais sou grata a todos eles, pois aprendi muito com todos.
E para quem acha que vida de vendedor é fácil, nunca passou por um final de Q4 na vida, vai lá depois me conta.
Com tudo que aprendi e com a cara de pau que Deus me deu, acabei entrando em uma empresa americana de software, lá fiquei por quase uma década, (obrigada LF pela oportunidade que me concedeu na época) foram lá os melhores anos da minha vida, talvez os mais exaustivos também, por mais loucura que pareça as vezes tenho saudades.
Depois que meu segundo filho nasceu, optei por pedir demissão e fazer algo mais calmo para que eu pudesse me dedicar aos meus dois filhos.
Fiquei de licença maternidade e depois disso fiquei mais um ano em casa.
Depois, resolvi voltar a trabalhar, com um antigo amigo e ficamos juntos por 4 anos e meio, foi uma coisa mais tranquila era perto de casa, eu ia a pé e os horários mais flexíveis.
Também foi de grande aprendizado esse período, a gente descobre que existe vida fora das grandes empresas e as vezes é mais saudável.
A empresa recebeu uma oferta de compra e eu vendi minha parte, novamente decidi dar um tempo em casa...
Aí você me pergunta por que?
Porque tudo passa muito rápido, e quando você menos vê, passou mais um ano e você continuou correndo.
Recentemente, tomei o gosto por tirar fotos,  nunca fui uma pessoa habilidosa com câmeras fotográficas, muitas vezes em viagens eu não conseguia registrar as coisas ou por conta das luzes, ou fora do foco e principalmente a pressa.
Mas olhando uma amiga que adora fotos, decidi que precisava de uma máquina nova, fiz um curso on line, viajei recentemente de férias e meu marido me deu de presente.
Sabe o que eu percebi, que quando você decide sair para tirar fotos, em um museu, viagem, festa, parque, seja lá o que for, você presta atenção nas coisas, na fisionomia das pessoas, nas coisas simples, nos detalhes de um quadro, nas formas das nuvens, nos animais e dai para perceber as outras coisas, como sentimento das pessoas, o tempo, as oportunidades.. ah isso é um pulo.
Veja bem, estou longe de ser uma fotógrafa profissional, as novas máquinas e softwares de hoje ajudam muito, mas o que tenho aprendido com as fotos é que você repara nas coisas e com isso percebe as suas atitudes com tudo e todos e através das fotografias.
Fotografe mais, respire mais, magoe menos!

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